Pois é, 40 anos, muitas histórias, dificuldades, sofrimentos, mas também muita, muita alegria e família sempre reunida em boas risadas.
Hoje gostaria de partilhar com vocês um pouquinho de como é ser Cilda e Rodrigo como pais e avós.
Voltando a 39 anos atrás, onde nasce uma menina magrela, miúda que para muitos "não ia vingar". Como não? esqueceram que era filha do Rodrigo e da Cilda, mesmo em meio a tantas dificuldades do início, estou aqui, claro que hoje vendo as consequências das inúmeras vitaminas. (risos).
Tenho tanto orgulho de falar sobre este início aos conhecidos, encho meus olhos de lágrimas ao lembrar que meu pai trazia estopas, sim aquele amontoado de panos para limpeza, onde era desmanchado e emendado para que dali saíssem minhas peças de roupas.
Fraudas? sim para os que não conhecem, aqueles pedaços de panos, não as descartáveis de hoje, minha mãe conta que eu só tinha 10, ela lavava quando chegava do trabalho para secar atrás da geladeira, assim estaria limpas para o dia seguinte, e assim seguiram com dificuldades, mais felizes.
03 anos depois, chega o nene, esse sim fortão, gordo mas... comilão e chorão. Não foi fácil para meus pais no revezamento, nesta época se e recordo das histórias, meu pai trabalhava a noite e minha mãe durante o dia, então o pai mal dormia para controlar o chorão faminto durante o dia e a mãe mal dormia para controlar o chorão durante a noite.
Minha mãe conta que ele só dormia na cozinha, ela vinha de ré para o quarto balançando e cantando, mas... ele percebia e caia no choro, é manhosinho até hoje.
Mas como toda história, estes contos também se transformaram em muitas risadas nos encontros em família.
Passado mais 03 anos, já com menos dificuldade, é sempre assim (risos) irmãos mais velhos gostam de falar sobre isso na chegada do caçula.
Nesta época nossos pais já podiam tirar fotos nossas no carneirinho colorido que passava nas casas.
Minha maior lembrança desta época era quando minha mãe preparava a mamadeira da Amanda, uma festa, eu e o nene corríamos e deitávamos no chão da sala, sim a espera das nossas dedeiras gostosas.
Era uma delícia, imagina se a Cilda não ia preparar 03 mamadeiras.
O tempo foi passando, ainda com dificuldades, só que mais leves. Meu pai atravessava a cidade de bicicleta para trabalhar, mas sempre chegava com aquele animo ainda para cuidar da gente.
Preciso dividir com vocês um episódio que deixou meu pai furioso, na verdade até hoje não entendi porque, mas imagino (risos).
Vem meu pai cansado, depois de alguns quilômetros de pedalada, com um sacolão de frutas e verduras no guidom da bicicleta, imagina nós crianças vendo aquele saco cheio de coisa gostosa, corremos ao encontro do pai e puxamos o fio que amarrava aquele enorme sacolão, resultado: era só frutas e legumes espalhados pela rua. Só vimos os vizinhos correndo com bacias para ajudar nosso pai a recolher tudo aquilo. Nem lembro onde eu e meus irmãos fomos os esconder para não apanhar, vendo aquela cena, nós sabíamos que era merecido umas boas palmadas, que não aconteceu.
O tempo foi passando, meus pais sempre trabalhando para manter nossa casa. Crescemos, e hoje adultos, damos valor a cada minuto desta batalha dos nossos pais.
Vieram os netos, mas eles estavam lá presentes a cada nascimento, a cada dificuldade e cada choro.
Engraçado, escrevendo esta história, parei para analisar como foi fácil para nós, tendo eles ali juntos no nascimento dos nossos filhos.
04 netos que eles fazem questão de conviver juntos sempre.
As 03 meninas Dani, Lê e Grazi, mas veio também o machinho do vô. Sabe como é, nem preciso falar mais nada.
Hoje 40 anos se passaram mas a harmonia familiar só evoluiu.
Não dá para passar uma semana sem nosso pai ligar...cúmidaaaa!!! Uma brincadeira da família para sinalizar que tem alguma coisa pronta nos esperando.
Ou a gente ligar... churasquinhooooo, e nosso pai dizer, vem que é para já.
É nesta harmonia que a família segue unida.
Pai, mãe, algumas lembranças só para dizer como amamos vocês.
Como esses pilares são tudo de mais importante em nossas vidas.
AMAMOS VOCÊS!
